quinta-feira, 26 de maio de 2011

Essa tal Felicidade ...

Ainda virá o dia em que fingirei estar sendo o que sou, quando na verdade já não estarei em mim, já não serei nem o meu pior, e nem o meu melhor, por que tudo que sou de mais sublime está acorrentado a essas tais verdades que um olhar suplicante, me implora para não serem gritadas, afim de não estar certo de que aquilo que conheceu e amou, é apenas um espelho d’água desse rio que sou, que quando submerso em mim, revelam correntezas e uma turbulência desorientadora para quem não souber nadar nessa paisagem tão bela, tão profunda, tão confusa, tão instigante, tão esmagadora, tão apaixonante, tão ilusória, tão eu.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Beleza

Não importa se por fora você é uma fera, quando a beleza que você leva dentro de si te torna o mais belo. A verdadeira beleza não enxergamos com os olhos, porém com o coração.

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Uma tarde sombria, um vento mórbido inundava o seu corpo de tal forma que o congelava. A vítima principal era o coração da menina que agora se petrificava em consequência do frio. Suas lágrimas escorriam, humedecendo os fios de cabelos negros que agora impediam uma nítida visualização de seu rosto. Estava estirada em sua cama amarrotada, com os pulsos levemente ensanguentados, enclausurada no seu mundo moderado.

domingo, 1 de maio de 2011

O amor

“O amor,
é difícil para os indecisos,é assustador para os medrosos,avassalador para os apaixonados!Mas, os vencedores no amor são os fortes.Os que sabem o que querem e querem o que têm!Sonhar um sonho a dois, e nunca desistir da busca deser feliz, é para poucos!!”
Cecília Meireles 

Dois Mundos

eito de chegadas e partidas
de horizontes oblíquos que somem em retas.
Assim somos quando os vemos indo embora.
De marcas em nosso mundo
em espelhos semiapagados
em vózes nunca ouvidas.
No desejo de tocar pela primeira ou última vez
nas palavras que soam como uma carícia
na noite de sono que os trazem de volta.
Feito de momentos em que a solidão era só uma palavra.
Sentimentos anexados ao dia comum
ilustrados no sorriso não visto.
Guardados dentro de um sentido confuzo mas verdadeiro.
Assim somos quando os vemos indo embora.
Quando o melhor momento deve ser esquecido
na hora em que mentimos que tudo vai ficar bem.
É como a criança que sabemos que vai crescer
que vai viver e que vai partir.
Pessoas únicas que chegam de repente
mas que chega a hora de seguir em frente
para onde não podemos seguir junto.
Dois mundos
Desejos perdidos
Palavras que traduzem toques
Assim somos quando os vemos indo embora
E nossas mãos não podem alcançá-los
Por que já escolheram sua estrada.

Ao som

A noite chega em silêncio
E retiro meu objeto de cordas da parede
e dele faço minha vóz ecoar como um suspiro
A cada toque dedilhado em trastes
a cada acorde soado ao quarto
sinto um alívio que me oferece paz.
Permite-me fazer sol frente a tempestade
e abraçar o vazio que cobre a ausência.
E as cordas dançam em compasso
e o som ao chão e ao céu vira poesia.
Elas dizem-me sobre meu sorriso inventado
e sobre as lágrimas que só escorrem em palavras.
Contam-me sobre mim, em sí, sem dó.
Flagram-me tentando saber quem sou,
que eu mesmo descrevo sem hoje saber.
Um meio de tentar esquecer,
em um canto de saudade e lembrança.
Interpretando para minha alma expectadora
a canção que se faz de minhas próprias mãos,
assim como tudo que elas tocam ou destroem.
Divido em partes acústicas e distorcidas,
partes de tí, partes de mim, partes de nós.
E mais uma vez, a canção chega ao fim,
e aos poucos, levemente os pés tem de voltar ao chão.